Uma produção audiovisual de qualidade exige, além do apuro técnico, atenção a uma vasta gama de detalhes. Independente da plataforma de exibição, seja ela o cinema, televisão, internet, evento e etc., o figurino, maquiagem, trilha sonora, cenário, locução, tudo isso influencia na mensagem que se pretende transmitir e, obviamente, são fatores decisivos na diferenciação de um resultado profissional de um amador. No caso da make, até mesmo um look mais natural exige uma produção prévia, que requer um olhar especializado sobre tons, cores, formas e a ação hábil de pincéis capazes de destacar traços e esconder imperfeições, como acne, vitiligo e tatuagens. Por isso, é tão importante contar com profissionais experientes. A maquiagem é um elemento que se relaciona com a identidade de um personagem, seja ele real ou de ficção e, por isso, não deve jamais ser negligenciada.

Com a pandemia, quase todos nós tivemos a oportunidade de assistir uma videoaula. Independente do tema, de forma geral, neste tipo de material o aluno assume uma condição mais passiva e, desta forma, menos atraente, pouco interativa e nada dinâmica. Portanto, nestas aulas, o cenário, o figurino e a maquiagem são de extrema importância. São os elementos responsáveis, obviamente quando em conjunção com um conteúdo bem trabalhado, por reter a atenção da audiência. Contudo, a exemplo do figurino, cenário e até acessórios, a make deve ser estudada para extrair os resultados pretendidos que, neste caso específico, é não se sobressair demais a ponto de desviar o foco da atenção, mas capaz de se sobrepor a neutralidade para ajudar a compor um visual que transmita a autoridade necessária ao palestrante/professor.

Existem ainda alguns recursos extras, fruto da tecnologia, que, aliados a uma boa maquiagem, ajudam a dar uma levantada no visual dos personagens em cena. Estamos falando dos programas de edição de vídeo, capazes de garantir os mais diferentes retoques. O processo é relativamente simples e consiste na aplicação de filtros na imagem, responsáveis por um lifting instantâneo, diminuindo rugas faciais e eliminando o brilho excessivo que encontramos em uma pele mal preparada.

A História

A maquiagem é um recurso utilizado desde 3 mil anos antes de Cristo e estava associada a rituais. Os pioneiros nesta prática foram os egípcios. Naquela época, os cosméticos eram desenvolvidos a base de chumbo e óleo vegetais ou minerais e não tardou até a novidade alcançar a Grécia e o Império Romano e depois se espalhar pelo norte da Europa. Entretanto, foi somente em 1920, que a maquiagem se popularizou, despertando o interesse da indústria que então começou a investir em testes de laboratório para o desenvolvimento de produtos não-tóxicos.

Mas foi com o teatro que a maquiagem alcançou o universo das artes, sendo considerado o berço das produções artísticas de pintura facial e caracterização. Desde as manifestações culturais da Grécia Antiga, Índia, Japão e Europa, os atores são maquiados e caracterizados. Um ritual essencial para o desenvolvimento do personagem e que envolve uma série de etapas e produtos.

Maquiagem e os efeitos Especiais

Com a chegada do cinema e da televisão, a maquiagem foi evoluindo, novos cosméticos foram surgindo e com esta evolução ela foi se sofisticando e ajudando a criar personagens icônicos. A importância da make é tão grande que as principais premiações do cinema e da televisão, como o Oscar e Emmy, acabaram incluindo uma categoria especial para destacar o trabalho dos melhores profissionais da área.

Os exemplos de makes clássicas no cinema são inúmeros. Frankenstein, um dos primeiros personagens na história a ser caracterizado para um filme, apesar de ser minuciosamente descrito por Mary Shelley no livro homônimo, foi tão brilhantemente personificado para a produção de 1931, da Universal, estrelada por Boris Karloff, que se tornou uma imagem indelével da cultura pop, presente mesmo após centenas de outras versões, como a protagonizada por Robert De Niro em “Frankenstein de Mary Shelley”, dirigida por Kenneth Branagh em 1994 ou a comédia de Mel Brooks “O Jovem Frankenstein”, de 1974.

Outro clássico é a maquiagem do Coringa, o arqui-inimigo de Batman. Desde a caracterização de Jack Nicholson para a produção dirigida por Tim Burton, em 1989, seguido Heath Ledger em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, de 2008, passando por Jared Leto em “Esquadrão Suicida”, de 2016, até a versão interpretada por Joaquin Phoenix em “Coringa”, de 2019, o eterno vilão sempre chamou atenção por sua maquiagem clássica. O rosto todo branco, com o sorrisão vermelho vivo, olhos fundos e escuros, ainda que borrados, é um semblante imediatamente associado ao personagem. Marilyn Monroe é outro ícone das telas que se tornou símbolo sexual ostentando um batom vermelho, um visual que é replicado até os dias de hoje. Já Audrey Hepburn, a eterna “Bonequinha de Luxo” se tornou referência com suas sobrancelhas delicadas e os olhos delineados. E não é possível falar de maquiagem sem mencionar a modelo Twiggy, que foi uma das principais influências da década de 1960, com seus olhos grandes emoldurados por cílios postiços e generosas camadas de rímel.

Arte x Maquiagem

Grandes maquiadores se apoiam na arte como inspiração para seus trabalhos e o lançamento de tendências. O rosto é como uma tela em branco e é justamente este background que vai garantir aos bons profissionais a capacidade de interpretar as necessidades que o trabalho impõe, considerando os aspectos do rosto, cenário, música, figurino, mensagem e etc, compondo uma make apropriada, sem abrir mão da criatividade, ousando e desafiando os limites e a imaginação e assim ajudando na caracterização do personagem.

E na era das Redes Sociais, apesar dos filtros, a make continua sendo um elemento fundamental na composição do visual e, consequentemente, da imagem que se pretende transmitir. Então antes de ligar a câmera é importante pensar nos detalhes, que conforme diz o ditado popular: fazem toda a diferença.

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