O Brasil tem hoje dois dispositivos digitais por habitante, incluindo smartphones, computadores, notebooks e tablets. São mais de 420 milhões de aparelhos digitais ativos. Segundo dados da Anatel divulgados no mês de junho, deste montante, 225,3 milhões correspondem a aparelhos celulares. Já o uso das redes sociais no Brasil tem aumentado a cada ano. Um levantamento divulgado em 2018 pelo IBGE apontou que sete a cada dez brasileiros estão conectados à rede. O resultado indicou também que o celular é o aparelho mais utilizado para o acesso. Nada menos do que 98% dos entrevistados disseram utilizar o telefone móvel para navegar pela rede digital. Já um relatório divulgado pelas empresas We are Social e Hootsuite, em 2019, constatou que 66% da população brasileira está ativa nas redes sociais. E mais: 89% dos entrevistados confirmaram o uso das redes sociais para buscar produtos e serviços. Estes números, por si só, já são o suficiente para justificar a importância das redes sociais para as campanhas políticas. A estratégia, que foi base para a campanha vitoriosa do presidente americano, Barack Obama, em 2008, não é propriamente uma novidade. Mas é inegável que desde então tanto as redes como os players evoluíram bastante, num processo que é, óbvio, afeta também os internautas/eleitores, cada vez mais ávidos por materiais de qualidade. A Rush Vídeo, produtora de Campinas, interior de São Paulo, atua no mercado audiovisual há três décadas, com ampla experiência na produção de conteúdos para campanhas eleitorais, tendo acompanhando todo o processo de transformação do marketing político.
Estratégia é fundamental
Ao contrário do que preconizava o cineasta brasileiro Glauber Rocha, nos idos dos anos 60, na era digital é preciso muito mais do que uma ideia na cabeça e uma câmera na mão para garantir um conteúdo de qualidade, que desperte a atenção num universo tão permeado de informações e imagens. Tampouco é o suficiente uma postagem com grande número de likes, a chamada “métrica da vaidade”. É preciso ir além. É necessário ter estratégia. Os candidatos agora precisam de campanhas bem estruturadas, que promovam o engajamento da sua audiência e para isso é necessário instigar comentários e compartilhamentos, ou seja: promover a interação com o conteúdo apresentado. Somente assim é possível transformar usuários em eleitores e catapultar votos para o candidato. A linha de comunicação certa, bem planejada, vai trazer uma maior credibilidade e proximidade com este contingente, potencializando os investimentos nas ferramentas de marketing digital.
E neste momento, há de se considerar ainda, os reflexos da pandemia, que vão impedir a organização de ações tradicionais, como eventos e comícios, o chamado corpo-a-corpo com a população. Um cenário que acrescenta uma relevância extra às ações digitais. E se no mundo pré-pandemia o desafio era arrastar a população para os eventos de campanha, agora a meta é atrair a audiência para o perfil do candidato. E aqui, as imagens vão ganhando uma importância jamais vista.
Enquanto na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão o tempo é escasso, dependendo da legenda, ínfimo até, sem mencionar as restrições na formatação do conteúdo que não pode utilizar efeitos especiais, montagens, trucagens, computação gráfica e desenhos animados; nas redes sociais não existe limite para a criatividade e, tampouco, para as postagens. Além de Facebook, Twitter e Instagram, temos o YouTube, que comporta conteúdos com uma duração mais estendida e, vale lembrar, é o segundo maior mecanismo de busca, atrás apenas do Google. Segundo dados do Global Digital 2019, o YouTube é a rede social mais usada pelos brasileiros. Um relatório anual da WeAreSocial, revelou que 95% dos usuários de internet brasileiros assistem a vídeos no YouTube, o que equivale a 133 milhões de pessoas. Por isso, apostar no formato audiovisual é primordial para o candidato que deseja se destacar.
Humanização do candidato
O primeiro passo para uma campanha de sucesso é estudar o candidato para promover uma humanização da sua imagem. É preciso revelar quem ele é de fato e quais são as suas propostas e, caso já tenha exercido algum mandato anterior, quais foram as suas conquistas. Embora tudo seja previamente estudado, o conteúdo precisa soar verdadeiro. Encenações devem passar longe. Mostrar momentos de lazer, com a família, no ambiente de trabalho, bastidores, ajudam a humanizar e conquistar a empatia. Da mesma forma, e necessário ainda estudar seus pontos fracos e vulneráveis e estar muito atento aos adversários. As redes sociais dos oponentes devem ser monitoradas e, obviamente, ações detectadas podem servir de insights e erros promover ajustes antecipados de rota.
Conhecer o eleitor
O foco de toda campanha é o eleitor. É para ele que este candidato vai empreender toda a sua força de trabalho e convencimento. Então, é de extrema importância saber para quem a mensagem será dirigida. Definir o público alvo é fundamental, inclusive, para definir linguagem, conteúdo e propostas assertivas, que despertem a confiança do público, a ponto de converter seguidores em votos.
Em 2008, a campanha de Barack Obama ao invés de apostar na já surrada frase “vote em mim”, utilizou o “We Can!” (nós podemos), que virou o slogan da campanha. A intenção era fazer com que os eleitores se sentissem mais próximos do candidato, transmitindo a ideia de que, juntos, era possível mudar o país. Então, é preciso investir na formatação de um bom slogan que vai permear todo o material, independentemente da plataforma, explorando sempre esta mensagem.
Cada plataforma, um tipo de conteúdo
Outra providência importante é estar ciente que cada plataforma tem um perfil diferenciado e, portanto, os conteúdos, sobretudo audiovisuais, devem ser adequados a cada uma delas. Aqui, mais uma vez, conhecer o público-alvo ajudará a traçar uma estratégia assertiva, pois é preciso saber em quais plataformas o potencial eleitor é mais ativo e assim direcionar os esforços e investimentos. Não é necessário estar em todos os canais online. E, neste ponto, esbarramos também na disponibilidade de verbas de cada candidato e a necessidade de otimizar os recursos. Por isso, esta análise tem que ser precisa.
E tão essencial quanto estar nas redes sociais, com discurso e mensagens relevantes, é possuir ferramentas e profissionais qualificados para o monitoramento e análise dos resultados obtidos nestes canais de comunicação. São recursos que permitem acompanhar comentários dos eleitores, comparar resultados com os de seus concorrentes, produzir relatórios e identificar tendências.
Mantendo o foco na natureza viral e democrática da internet, usufruindo de todas as possibilidades, aplicativos e métricas e, claro, dentro da ética, o que significa dizer se manter distante das fake news e estratégias duvidosas e ilegais de disseminação de mensagens, o candidato pode fazer do ambiente online um palanque mais eficiente, seguro e menos dispendioso e fazer com que as imagens certas, sejam capazes de refletir as propostas do candidato.
Rush Video – Ideias em Movimento.