A TV é sem dúvidas parte de uma revolução no que conhecemos hoje como comunicação e, principalmente quando damos uma atenção especial para os sistemas de comunicação em massa. Ela como formato, se transformou inúmeras vezes até atingir a forma estrutural que conhecemos e consumimos nos dias atuais. Seu sistema que funciona vinte e quatro horas por dia, sete dias na semana se retroalimenta visando reter audiência para assim continuar o ciclo. Mas com a chegada da era digital e os serviços on demand a dinâmica mudou drasticamente, por isso surge a pergunta: Qual o futuro da televisão? Ela está fadada ao fim com a era digital?
De acordo com um júri selecionado pelo site UOL, composto por Carlos Henrique Schroder, diretor de criação & produção de conteúdo do Grupo Globo; José Félix, presidente da Claro Brasil; Maria Angela de Jesus, diretora de produções originais da Netflix no Brasil; Felipe Neto, um dos mais importantes youtubers brasileiros; Fabio Porchat, um dos criadores do Porta dos Fundos; Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat entre 1994 e 2019; Letícia Muhana, uma das criadoras dos canais de televisão a cabo GNT, GloboNews e Viva; e Gabriel Priolli, jornalista, crítico de TV e professor de comunicação. A TV está muito longe do fim, para eles:
“Ainda que perceba que “a televisão vai para a internet; já foi e irá cada vez mais”, o professor Gabriel Priolli aposta na permanência da TV aberta. Por uma razão política. “Não consigo imaginar que os canais de TV deixem de existir. São uma mídia unidirecional, uma voz emissora falando para milhões de pessoas. O poder precisa desse tipo de ferramenta. A fragmentação e o caos da internet não atendem totalmente às suas necessidades de controle social”. Priolli evoca a série “The Expanse” (Amazon Prime Video), cuja ação se passa no século 23. “Todo o sistema solar foi colonizado. Há holovisão, ‘internet das coisas’ 50.0, comunicação avançadíssima. E a televisão sobrevive, falando da Terra para todos os planetas. Considero uma aposta muito realista”. Alberto Pecegueiro também vê o fim da TV aberta ainda distante. Ele cita Rupert Murdoch, que vendeu quase todo o seu conglomerado para a Disney, com exceção dos canais Fox, Fox News e Fox Sports nos EUA. “São canais que têm características muito próximas da TV aberta. Ele enxergou que com este formato e com o conteúdo de programação destes três canais, eles continuariam sendo relevantes e continuariam tendo peso suficiente para gerar um negócio lucrativo por muito tempo. E isso está sendo comprovado. Está indo muito bem.” No Brasil, lembra Pecegueiro, ainda há um agravante: “O ritmo do processo no Brasil não é o de mercados mais desenvolvidos, onde a penetração da banda larga é quase total e o hábito da TV aberta já não era tão grande. Aqui você ainda tem que lidar com o hábito, muito arraigado”, diz. Por este motivo, José Félix, presidente da maior operadora de TV por assinatura do país, também enxerga ainda uma longa vida ao modelo atual. “Este modelo que a gente conhece de TV deve durar muitos anos, enriquecido pela interatividade que os recursos de internet propiciam e que só recentemente estão começando a ser explorados pelo pessoal de criação e produção”. Para o youtuber Felipe Neto, é preciso se adaptar para sobreviver. “Para os canais de TV aberta, o caminho mais óbvio é o de criação de plataformas próprias (como a Globo fez com Globoplay) ou integração em plataformas já existentes (como o SBT fez com o Youtube)”, diz.” – Veja mais em https://www.uol.com.br/splash/colunas/mauricio-stycer/2020/09/18/70-anos-de-tv-no-brasil-9-tendencias-para-os-proximos-anos.htm?cmpid=copiaecola
As transformações estão ocorrendo, e a migração para o mundo digital é inevitável. Muitos canais de televisão como a própria Globo estão inclusive produzindo conteúdos exclusivos para essas plataformas, ao mesmo tempo fazendo grandes parcerias entre empresas. A própria Disney embarcou nessa jornada em parceria com o grupo Globo. O futuro é sempre surpreendente e incerto, mas a internet das coisas já está enraizada em nossa sociedade e veio para ficar, pelo menos por enquanto.
E você, acompanhou a transformação da televisão para a era digital? Acredita que ela está fadada a deixar de existir?
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