Seus avós os bisavós com certeza já ouviram alguma radionovela. E você, já ouviu ou sabe a história desse gênero que foi tão famoso no país? Confira agora
A HISTÓRIA DAS RADIONOVELAS NO BRASIL
As primeiras radionovelas
A transmissão de rádio e suas emissoras chegaram no país no início da década de 20, e rapidamente se tornaram populares pois na época, cerca de 65% da população brasileira era analfabeta, de acordo com dados do IPEA. Se a população não podia se informar e se entreter ao ler, nada como ter isso transcrito em ondas sonoras!
De acordo com a sessão de cultura do BancoPan:
“No início, o rádio brasileiro ficou muito forte tocando música, apresentando noticiário e levando ao público outros programas comuns naquela época no mundo todo. Acontece que, durante a década de 1930, o fenômeno das radionovelas se espalhava pelos países da América Latina, com destaque para Cuba. Todos faziam novelas em áudio contando histórias dramáticas.
A ideia de contar um pedacinho da história por dia e guardar a continuação para o dia seguinte não era nova. Ela tinha surgido muito antes nos folhetins. Esse era o nome dado a histórias curtas que os jornais franceses publicavam no rodapé das páginas por volta de 1840. Nos anos seguintes, muitos jornais brasileiros — como Jornal do Comércio, Correio Mercantil, Diário de Pernambuco e Correio Paulistano — importaram a ideia, publicando folhetins por aqui também.”
Ou seja, os precursores das radionovelas, são os famosos folhetins! Estilo de escrita que deu origem a obras clássicas da literatura brasileira como “Memórias de um sargento de milícias”, “Quincas Borba” , “A mão e a Luva”, entre outros.
De acordo com o blog Livros e Pessoas:
“Foram os folhetins que popularizaram a Literatura entre a população em geral, no séculoXIX, quando os escritores de importância começaram a tomar conta dos jornais e perceber a força que esse veículo possuía no espaço público. Assim, o folhetim apareceu como um dos principais caminhos para a divulgação do conteúdo desses escritores.”
Em Busca da Felicidade foi uma radionovela brasileira transmitida pela Rádio Nacional em 1941, que atingiu altos índices de audiência. Era um original cubano de Leandro Blanco com adaptação de Gilberto Martins. A iniciativa de colocar a novela no ar partiu da Standard Propaganda, a agência de propaganda do Creme Dental Colgate. A agência também foi responsável pela escolha do horário matinal para a irradiação da novela. Foi a primeira história seriada radiofônica. Durou 2 anos e marcou uma época, expandindo negócios e as oportunidades artísticas brasileiras e que perduram até hoje nas novelas televisivas.
Outras grandes peças
O blog CulturaMix coloca que:
“Alguns nomes merecem destaque na produção de radionovelas no Brasil, são eles: Gilberto Martins, Amaral Gurgel e Oduvaldo Vianna. E mais os autores: Mário Lago, Dias Gomes, Janete Clair, Mário Brazzini, Ivani Ribeiro, Alfredo Palacios e G. Alves.
A Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi a grande referência para as radionovelas no Brasil, de 1941 a 1959, foram transmitidas pela emissora, 807 produções feitas por 118 autores. Desses profissionais, 23 foram os escritores de 71,6% das novelas da Rádio Nacional. “
O fim
“Dá para imaginar que com a chegada da televisão a radionovela, e não só ela, o rádio também, perdeu o prestígio e os ouvintes para a novidade. E claro, as verbas publicitárias, os comerciantes estavam mais interessados em investir na televisão e ficou difícil, para as rádios continuarem a produzir as radionovelas, que tinham um custo bem alto.
Até a década de 1960, algumas rádios ainda conseguiam fazer radionovelas, mas resistiram até os primeiros anos de 1970, quando acabou de vez com o gênero radiofônico. Nesta época, grande parte das radionovelas começaram a ser refeitas para televisão.” – Coloca O CulturaMix
E você, já ouviu ou conhece alguém que acompanhou alguma das clássicas radionovelas do Brasil?
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