Seja pela interpretação da subjetividade da sua época, seja pela entrega de um clássico tecnológico, é um fato que a história do cinema pode ser muito bem traduzida em uma lista de filmes que tiveram destaque. Se você é um cinéfilo de carteirinha ou um iniciante na arte das telonas, confira os oito filmes que contam a história da evolução da sétima arte!
O Nascimento de Uma Nação (1915, D.W. Griffith)
Com mais de três horas de duração, o filme é conhecido por ser o pioneiro dos longas-metragens, em uma época na qual a maioria dos filmes não passavam de vinte minutos de duração. Além disso, o filme estabeleceu símbolos da linguagem cinematográfica, muitos que permanecem até os dias atuais. Por outro lado, marca a história também negativamente pelo seu teor altamente racista e trazer a Ku Klux Klan como uma força heroica – algo que faria seu criador, D. W. Griffith, criar um segundo filme de grande importância já no ano seguinte, chamado Intolerância.
Gabinete do Dr. Caligari (1920, Robert Wiene)
Considerado uma das grandes obras – provavelmente a maior – do expressionismo alemão, o filme de Robert Wiene é uma metáfora do olhar deformado sobre o mundo. Com ruas estreitas, telhados com referências cubistas e muitos detalhes disruptivos, o filme influenciou e influencia muito do que ainda vemos hoje e levaria o expressionismo a produzir obras famosas, clássicas e icônicas como Nosferatu. Até hoje, O Gabinete do Dr. Caligari é uma das mais importantes referências estéticas do cinema mundial.
Branca de Neve e Os Sete Anões (1937, David Hand)
Historicamente relevante por ser considerado o primeiro filme totalmente a cores no mundo e o primeiro a ser produzido por Walt Disney, além de, futuramente, ser considerado o primeiro dos Clássicos Disney. Por muito tempo, inclusive, pensava-se ser, ainda, a primeira animação em longa-metragem, até a descoberta de El Apóstol (O Apóstolo, em tradução livre), filme argentino datado de 1917 que estaria na lista se existisse alguma cópia dele nos dias atuais. A sátira política de Quirino Cristiani foi, em grande parte, perdida durante um incêndio em 1926, restando somente algumas imagens, fazendo com que oficialmente Branca de Neve e Os Sete Anões herdasse o título de primeira animação em longa-metragem.
Cidadão Kane (1941, Orson Welles)
Welles revolucionou a forma da narrativa audiovisual dissociando a imagem e o som, fragmentando o relato através de diferentes visões. O filme possuiu ajuda em seu impulsionamento através do magnata William Randolph Hearst, que se identificou com o protagonista e tentou a todo custo impedir o lançamento do filme. Cidadão Kane é um dos longas que definiram a passagem do cinema clássico para o cinema moderno.
Tubarão (1975, Steven Spielberg)
Além de ser a origem do termo blockbuster, sua composição é um divisor de águas no cinema. Com a trilha sonora completamente estabelecida no cinema, John Williams transformou o seu trabalho musical em um personagem. Se o tubarão do título nacional só é visto a partir do terceiro pedaço do filme, podemos sentir a presença dele pelo intervalo simples entre duas notas (uma segunda menor na música), criando um simbolismo auditivo que ficou marcado para sempre como o som desse predador dos mares.
O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991, James Cameron)
Pela primeira vez, é vista a captura de movimento em um personagem gerado por um computador, sendo a primeira vez, também, que o personagem principal é parcialmente produzido por um computador. Algo que, anos depois, gerou frutos como Gollum (da trilogia O Senhor dos Anéis – de Peter Jackson) e continuou evoluindo para Avatar e Projeto Gemini.
O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel (2001, Peter Jackson)
O primeiro longa da trilogia consagrada de JRR Tolkien discorre sobre uma aventura do hobbit Frodo atrás da destruição de um anel. A jornada traz muitas descobertas e insights de autoconhecimento e auto superação dos personagens, em uma narrativa de fantasia envolvente. O filme traz o desenvolvimento de uma nova tecnologia – motion capture – que cria o Gollum completamente computadorizado.
Avatar (2009, James Cameron)
James Cameron não só deu ao mundo o poder da nova tecnologia 3D (que já havia existido de forma menos funcional anteriormente no cinema), mas fez a terceira dimensão ser um acréscimo para a linguagem cinematográfica, Avatar permitiu a percepção de que a era de uma imaginação sem limites havia chegado, se consolidando como um divisor de águas no audiovisual e no que se estabelecia como sendo possível e impossível na manipulação da imagem.
E você, já assistiu algum desses filmes? Conta pra gente!
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