Já estamos acostumados a enxergar o cinema como um meio artístico no qual peças ficcionais são veiculadas frequentemente. Conseguimos distinguir muitas vezes o que é próximo da realidade ou 100% fictício a ponto de transformar a narrativa se aproximando do impossível. É improvável por exemplo que as grandes naves da franquia star wars surjam do dia pra noite flutuando sob nossas cabeças declarando guerra ao império. Mas ao mesmo tempo, pequenos detalhes se aproximam tanto da realidade que chegam a nos convencer e tomamos aquilo como uma verdade absoluta. Neste artigo traremos 4 mentiras que o cinema te contou e você ainda acredita, que o EL PAÍS averiguou com cientistas e especialistas da área (artigo mais detalhado aqui).
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Explosões em Star Wars
Como utilizamos de exemplo uma das maiores franquias de blockbusters da história da ficção científica no cinema, ela não poderia ficar de fora dessa lista. STAR WARS! Em muitos momentos dos filmes, principalmente nos duelos entre naves da rebelião e do império, uma delas sempre acaba explodindo, gerando aquele estrondo na sala de cinema que faz a gente tanto vibrar com o filme. O que de fato acontece é trazido pelo EL PAÍS:
“ No espaço não há nem oxigênio nem som, por isso é inviável que algo exploda ali – para que haja fogo é necessário o oxigênio – nem que uma colisão produza os sons ensurdecedores ouvidos nos filmes de George Lucas. “Se sairmos da atmosfera da Terra, nada faz barulho. Isto se deve a que o som é uma onda que percebemos com nossos ouvidos, quando faz vibrar o tímpano e nosso cérebro interpreta o sinal. Mas para que isto ocorra, a onda necessita de um meio pelo qual se propagar. As ondas sonoras são ondas de pressão que se propagam pelo ar ou pela água, algo que não existe no espaço”, explica o cientista David Calle, autor de ¿Cuánto Pesan las Nubes? “O som se produz quando um corpo vibra com uma frequência compreendida entre 20 e 20.000 herz e, além disso, existe um meio material onde possa se propagar”.
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Armas com silenciadores
Em filmes de ação e principalmente de espionagem e investigação como “Missão Impossível” – estrelado por Tom Cruise – é muito comum encontrarmos os famigerados silenciadores de armas. Capazes de silenciar até grossos calibres, e fazer com que qualquer tiro fique inaudível.
Mas a realidade é bem diferente como explica ao EL PAÍS um funcionário da loja de armas Shoke, de Madri. “Uma arma de fogo é ruidosa por mais que tenha um silenciador acoplado. “Se uma pistola emitir um ruído de 10, em uma escala de 1 a 10, uma pistola com silenciador emite um ruído de 6 sobre 10. Não é nada sutil, distingue-se claramente que se trata de um tiro”, afirma Um porta-voz da polícia espanhola, por sua vez, confirma que as armas com silenciador não passam despercebidas. “Continuam sendo bastante ruidosas”, comenta.”
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Bitucas de cigarro + gasolina = EXPLOSÕES!!!
Ah Scorsese e Coppola… como vocês adoram isso. Filmes de máfia são os principais “culpados” por essa propagação. Em muitos desses filmes, galões de gasolina são espalhados por toda uma casa ou automóvel, e para fechar com chave de ouro da maneira mais ‘baddass’ possível, sempre vem a bituca de cigarro, que gera uma explosão seguida de incêndio, levando tudo pelos ares. A questão é que esse tipo de coisa também não acontece.
Para que ocorra uma grande explosão, a gasolina precisa de um foco de ignição potente, como uma boa fagulha. A bituca de um cigarro apenas queima, por isso é muito difícil que ao cair ao solo ocorra uma explosão. “As misturas de combustíveis só queimam em condições muito específicas de concentração no ar. Isto quer dizer que não é tão simples que ocorram as grandes explosões que vemos no cinema ao atirar um cigarro no chão. Para que isto ocorra seria preciso algo que queime muito mais”, explica ao EL PAÍS o cientista David Calle.
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As pessoas acreditavam que era impossível o Titanic afundar
Outro mito que foi exclusivamente reforçado pelo cinema é o de que a propaganda do Titanic o enfatizava como um navio inafundável, uma estrutura inabalável devido as suas resistentes placas laterais. E isso é reforçado constantemente no filme de James Cameron. Criando toda uma estrutura mitológica em torno disso. A grande questão é que, O professor de Sociologia cultural do King’s College de Londres Richard Howells afirma em seu livro The Myth of the Titanic (1999) que a White Star Line, empresa dona do navio, nunca disse que este fosse insubmersível. “Não é verdade que o Titanic fosse visto pelo público como um navio insubmersível. É um mito que surgiu depois do naufrágio para dar um caráter épico à história”, diz o autor. O jornalista Philip Howard, dessa mesma opinião, escreveu em 1981 no The Times que “não há nenhuma prova de que o Titanic fosse considerado insubmersível. A palavra insubmersível começa a aparecer na imprensa um dia depois do afundamento. E isto ocorre para dar grandiloquência ao acidente”.
E aí, você acreditava em algum desses mitos?
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