VIDEOCAST: CONHEÇA AS PARTICULARIDADES DESTE FORMATO QUE ESTÁ CONSQUISTANDO A AUDIÊNCIA

Seria o videocast uma evolução do podcast? Antes de responder a esta pergunta e elencar as diferenças entre os dois formatos, vale destacar que em 2022 o Brasil se tornou o terceiro país do mundo que mais consome podcasts, perdendo apenas para a Suécia e Irlanda, respectivamente, segundo pesquisa realizada pela Statista. São mais 30 milhões de ouvintes, sendo o nosso país o 5ª maior produtor de conteúdo nesse formato. Estes dados são resultado de um estudo encomendado pelo grupo Globo, que revelou ainda que 81% dos ouvintes consomem este tipo de conteúdo pelo menos uma vez na semana. Aprendizado, entretenimento e atualidades despontam como os temas com mais engajamento. Trata-se, portanto, de uma mídia relevante e com grande potencial de expansão, sendo natural o surgimento de derivações, como o videocast, conforme veremos a seguir. Mas antes vamos entender o que é podcast.

Conteúdo em Áudio

O podcast é um conteúdo de áudio, com duração que pode variar entre minutos e horas, em formato digital, distribuído por uma plataforma de agregador de áudio, como o Spotify, Deezer, Wecast, Castbox, Apple Podcasts, entre outras, sendo possível ouvir online ou offline. Uma das vantagens do podcast é que o formato contempla o uso de diferentes linguagens, como debates, análises, narração de histórias reais, entrevistas, ficção e etc. Os produtores podem criar canais onde o conteúdo fica organizado por temas ou episódios e ficam à disposição da audiência para consumo sob demanda. O que muita gente talvez ainda não saiba é que além do áudio, os podcasts podem agregar outros tipos de mídias digitais, como os vídeos, tudo vai depender do suporte oferecido pela plataforma em que os programas estão hospedados.

O que é videocast?

O videocast não é uma novidade. Mas apesar do formato já existir há algum tempo, apenas agora está ganhando notoriedade. Em julho, o Spotify, uma das maiores plataformas de compartilhamento de áudio, anunciou a chegada de podcasts em vídeo ao Brasil. O recurso começou com a adição de imagens em alguns programas populares entre o público, como PodDelas e Ticaraticast, e na sequência foi liberado para o restante dos produtores de conteúdo. A iniciativa é uma estratégia para concorrer com o YouTube, a gigante de compartilhamento de vídeo, de propriedade do Google.

Os interessados em publicar seus videocasts no Spotify, precisam recorrer ao Anchor, ferramenta adquirida pela plataforma em 2019. Nesta primeira fase do projeto, os criadores de podcast poderão substituir arquivos em áudio já publicados no Spotify por arquivos de vídeo, sendo permitido a seleção de 10 episódios por vez. A recomendação do Spotify é que a captação das imagens ocorra em formato horizontal, nas extensões .mov ou .mp4.

Qual a diferença entre os dois formatos?

A principal distinção entre os dois formatos é, obviamente, a presença da imagem, o que acrescenta um nível a mais de dificuldade para a produção, já que o visual passa a ser parte do produto e, portanto, precisa ser bem elaborado, com um cenário, boas câmeras, preocupação com figurino e maquiagem, objetos de cena, entre outros detalhes. A vantagem é que a audiência pode escolher como deseja consumir o conteúdo e também visualizar os convidados com os quais se simpatiza ou aqueles que eventualmente deseja conhecer, sendo um atrativo a mais, num universo com tantas opções de programas.

Como escolher o formato mais adequado?

O produtor de conteúdo precisa fazer uma análise apurada, considerando os tópicos mais relevantes, tanto do ponto de vista estratégico como estrutural, antes de optar por um dos dois formatos. O primeiro e mais óbvio, é o poder de investimento, já que produzir um videocast é bem mais caro. O segundo aspecto é analisar a audiência, entender os seus hábitos, afinal um podcast pode ser consumido no trajeto de carro, durante a execução de tarefas domésticas ou na prática de exercícios, por exemplo, dispensando a atenção plena, ao contrário da imagem.

O conteúdo também deve ser levado em consideração. Por vezes, a produção de um videocast por ser muito mais complexa pode inviabilizar o projeto. Podcasts de sucesso, como “O Caso Evandro”, série de true crime disponível na Globoplay, talvez nunca tivesse saído do papel se a opção fosse por um videocast, mas com a sua repercussão acabou ganhando às telas. E neste aspecto, esta pode ser uma vitrine poderosa para os criadores. O fato é que o videocast deve ganhar cada vez mais espaço, cabendo aos produtores um estudo apurado antes de fazer a sua opção pelo melhor formato.

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