O Oscar 2021, o prêmio máximo da indústria cinematográfica, também exibiu os reflexos da pandemia do novo Corona Vírus, que atingiu Hollywood em cheio, desencadeando uma crise sem precedentes diante do fechamento dos cinemas, adiamento de lançamentos e atrasos nas filmagens, além da explosão do streaming. Com a ausência de grandes blockbusters, produções independentes encontraram espaço para brilhar e assim dominaram a cena. Para cumprir os protocolos sanitários, a festa, realizada em 25 de abril, quase dois meses depois de sua data habitual, reuniu poucos convidados numa ampla sala localizada na Union Station, principal terminal de trens em Los Angeles, garantindo assim o recomendado isolamento social. O Dolby Theatre, palco habitual da cerimônia, também esteve presente, assim como entradas ao vivo de Londres e Paris, onde estavam alguns dos indicados. A produção do show ficou a cargo do cineasta Steven Soderbergh que, por força da situação, teve de romper com uma fórmula de décadas. O resultado acabou agradando, mas o grande diferencial desta 93ª edição ficou por conta dos premiados, que romperam barreiras étnicas e de gênero, num brinde a representatividade. A Rush Vídeo, produtora de conteúdo audiovisual, há quase 30 anos no mercado, é uma amante da sétima arte e conferiu de perto todos os detalhes.

 

Mulheres em Destaque

Pela primeira vez na história uma mulher de origem asiática venceu na categoria de melhor direção. A cineasta chinesa Chloé Zhao, de 39 anos, recebeu o prêmio pelo filme “Nomadland” e se tornou também a segunda mulher a levar esta estatueta para casa. A primeira foi Kathryn Bigelow, que venceu por “Guerra ao Terror”, em 2009. Esta edição do Oscar, aliás, foi a que mais premiou mulheres, com 17 vitórias. “Este Oscar é para qualquer pessoa que tem a coragem de se manter boa e ver o que há de bom nos outros. Menos ódio. Mais arte. E só a arte, sem sombra de dúvida, salva.”, afirmou Zhao em seu discurso. O longa, que narra a trajetória de uma mulher na casa dos 60 anos que, depois de perder tudo na Grande Recessão, embarca numa viagem pelo Oeste americano, vivendo como uma nômade moderna, também recebeu a estatueta de Melhor Filme, desbancando “Mank”, o recordista de indicações, que concorria em 10 categorias, incluindo melhor filme, melhor ator para Gary Oldman e melhor atriz coadjuvante para Amanda Seyfried. Com direção de David Fincher, que figurava entre os nomeados, esta produção acabou levando para casa apenas prêmios técnicos, de Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção Mas a cerimônia teve outras vitórias inéditas. Youn Yuh-jung, de 73 anos, fez história ao se tornar a primeira atriz coreana a ganhar um Oscar por seu papel como uma avó rabugenta no drama familiar “Minari”. Com isso, se tornou ainda a primeira atriz asiática a ganhar um Oscar desde 1958, quando a japonesa Miyoshi Umeki recebeu a estatueta, também de coadjuvante, por seu papel em “Sayonara”. Em seu discurso de agradecimento, considerado um dos melhores da noite, a atriz sul-coreana aproveitou para ensinar a pronuncia correta de seu nome, corrigindo com bom humor, o ator Brad Pitt, produtor executivo de “Minari” e responsável por anunciar sua vitória.

 

Representatividade Ganha Espaço na Festa

Mas as surpresas não pararam por aí e numa resposta ao movimento #OscarSoWhite, agregando mais representatividade a premiação, Daniel Kaluuya faturou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante por “Judas e o Messias Negro” por sua interpretação do jovem ativista Fred Hampton. E os integrantes da equipe de maquiagem e penteados do longa “A Voz Suprema do Blues”, composta por Mia Neal, Jamika Wilson e Sergio Lopez-Rivera, se tornaram os primeiros negros a vencerem nesta categoria. “Quero agradecer aos nossos ancestrais que trabalharam, foram negados, mas nunca desistiram. Jamika e eu rompemos este teto de vidro com muita empolgação para o futuro. Porque eu posso imaginar mulheres trans negras de pé aqui, nossas irmãs asiáticas, nossas irmãs latinas e mulheres indígenas. E eu sei um dia isso não será incomum ou inovador, será apenas normal”, disse Neal ao aceitar o Oscar da equipe. “A Voz Suprema do Blues” narra as tensões num estúdio de música de Chicago no final dos anos 1920, quando uma cantora e sua banda se reuniram para uma sessão de gravação. O filme é estrelado por Viola Davis, que recebeu sua quarta indicação, se tornando a atriz negra com o maior número de nomeações. A produção conta ainda com o desempenho memorável de Chadwick Boseman, que morreu no ano passado aos 43 anos e ganhou vários prêmios póstumos, como o Critics Choice Awards e o Globo de Ouro. Entretanto, contrariando as expectativas, a estatueta de melhor ator foi para Anthony Hopkins, por sua interpretação de um homem com demência em “Meu Pai”. Aos 83 anos, Hopkins se tornou o ator mais velho – considerando homens e mulheres – a ganhar o prêmio. Antes dele, o recorde era de Christopher Plummer, vencedor da estatueta aos 82 anos. Hopkins, que já havia sido premiado por sua atuação em “O Silêncio dos Inocentes”, não compareceu à cerimônia e não surgiu em vídeo. Segundo a sua agente, o ator estava dormindo no momento de sua nomeação. Joaquin Phoenix foi quem subiu ao palco para receber a estatueta em seu nome. Já o Oscar de melhor atriz foi para Frances McDormand, que levou a sua terceira estatueta para casa, vencendo nomes como Viola Davis e Carey Mulligan, numa vitória justíssima, apesar do talento de suas oponentes. E assim esta edição entra para história, não pelas mudanças de formato impostas pela pandemia, mas por abrir espaço para diversidade, para a multiplicidade ética, muito mais em sintonia com uma plateia cada vez mais heterogênea e globalizada.

Onde assistir alguns dos Filmes que foram destaque no Oscar 2021

· Nomadland (Em cartaz nos cinemas)

· Meu pai (Now, Google Play)

· Minari (Em cartaz nos cinemas)

· O som do silêncio (Amazon Prime Video, Now, Google Play, Apple TV, Looke)

· Mank (Netflix)

· Bela vingança (Estreia nos cinemas prevista para maio)

· Os 7 de Chicago (Netflix)

· Judas e o messias negro (Em cartaz nos cinemas)

· A voz suprema do blues (Netflix)

· Uma noite em Miami (Amazon Prime)

· Borat: fita de cinema seguinte (Amazon Prime)

· Druk – Mais uma rodada, Dinamarca (Now, Apple TV, Google Play)

· O Tigre Branco (Netflix)

· Emma (Now, Telecine, Google Play, Apple TV, Looke)

· Mulan (Disney+)

· Pinóquio (Now, Google Play)

· Destacamento blood (Netflix)

· Relatos do mundo (Netflix)

· Soul (Disney+)

 

 

 

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