A forma mais simples de compreender o streaming é partindo da tradução da palavra, que já nos dá uma pista clara do significado deste termo, cada vez mais popular em nosso vocabulário cotidiano. Em inglês, “stream” pode ser traduzido como “corrente de água”. Então para entender o streaming e seu funcionamento pense numa correnteza, num fluxo, só que ao invés de água, o serviço leva dados alocados num servidor até um equipamento, que pode ser o seu smarphome, por exemplo. E o escoamento desta água vai depender da qualidade da sua banda de internet. Tecnicamente, o conceito pode ser definido como o encaminhamento de dados via internet com o objetivo de transmitir informações multimídia dos servidores para seus clientes. A Rush Vídeo, produtora de Campinas, interior de São Paulo, há mais de 30 anos no mercado, atuando na produção de conteúdo audiovisual, está sempre atenta as tecnologias, seja para a formatação, seja para a transmissão de material em vídeo.

Antigamente, com a baixa qualidade da internet só era possível visualizar um arquivo depois que seu download fosse concluído o que muitas vezes levava horas e acabava sendo um exercício de paciência e resiliência. Mas a velocidade da internet melhorou a um ponto em que hoje é já é possível baixar uma música ou um filme ao mesmo em que se assiste/ouve. Na prática, funciona assim: quando você executa um player, que pode ser no seu smartphone, como exemplificamos, ou sua smart tv, notebook ou tablet, para rodar um streaming de vídeo ou de áudio, tem início um processo de transferência de frações do arquivo, no qual após baixada uma pequena parte, o conteúdo é imediatamente iniciado. O servidor manterá este fluxo e continuará a remeter todo o resto do arquivo ao mesmo tempo que o usuário assiste/ouve. Desta forma, não é necessário esperar o término desta transferência para que seja possível acessar o conteúdo pretendido. E enquanto o arquivo é executado, o player continua a captar pacotes de reserva permitindo que o conteúdo seja visualizado/ouvido de forma contínua, ainda que aconteçam pequenos atrasos na obtenção de pacotes. Obviamente que, dependendo da qualidade da banda da Internet, eventualmente, podem acontecer interrupções. Assim concluímos que o streaming faz parte do nosso cotidiano, pois tudo o que consumimos de vídeo ou música/conversação (podcasts) online hoje só é possível em função do streaming e, portanto, tudo que pode ser visto ou ouvido sem a necessidade de download e que permite ser consumido durante o seu carregamento é resultado da tecnologia streaming.

Depois que este modelo de transmissão se aperfeiçoou, em paralelo a melhora da qualidade da internet, a sua popularização foi rápida e vários serviços surgiram em decorrência dele. Talvez, o primeiro e mais conhecido tenha sido o Youtube, seguido pela igualmente popular Netflix, que foi a primeira a investir na produção de conteúdo, no modelo de assinatura, com preços acessíveis, fazendo frente aos tradicionais e caríssimos canais por assinatura. E desta forma, numa velocidade assombrosa, aquele acervo de CDS/DVDs e afins, bem como seus respectivos players, se tornaram obsoletos. No mundo de hoje, já não faz mais sentido guardar as mídias de filmes e músicas. Tudo pode ficar armazenado em servidores, poupando a memória de nossos players.

 

Streaming de Áudio

O processo é semelhante ao vídeo, com uma menor complexidade, uma vez que envolve apenas o tráfego de dados de áudio. Ao invés de aguardar download de um arquivo wav ou mp3, é possível ouvir o som assim que o play é acionado. Um exemplo clássico de streaming de áudio é o Spotify, aplicativo de música. Da mesma forma que ocorre com o vídeo, a mágica acontece à medida em que os dados chegam e são armazenados em buffer (uma região de memória física utilizada para armazenar temporariamente os dados) por alguns segundos e a reprodução é iniciada. Conforme o áudio vai sendo reproduzido, os dados vão chegando constantemente, com uma “frente de reserva” e assim, enquanto houver um fluxo constante de dados, será possível ter acesso ao áudio.

 

Live Streaming

Como o próprio nome sugere, trata-se da transmissão de vídeo ao vivo, em tempo real, para uma determinada audiência através da internet. A grande vantagem deste sistema está na sua simplicidade. Hoje, para transmitir ao vivo, é necessário apenas um dispositivo habilitado para a Internet, como um smartphone ou tablet, por exemplo, e uma plataforma para a transmissão, que pode ser uma Rede Social, como o Facebook ou Instagram, e pronto! Em minutos você consegue estar ao vivo, transmitindo o seu conteúdo. É como ter uma emissora de TV particular. E foi graças ao streaming, aliás, que durante a pandemia escolas conseguiram transmitir aulas em tempo real e as empresas puderam fazer suas reuniões ao vivo, apesar de seus, professores, alunos, colaboradores e funcionários estarem em suas casas, cumprindo o isolamento social.

 

Vantagens do Streaming

As vantagens do streaming são inúmeras. Para começar, nos poupa o trabalho de executar downloads que acabam comprometendo a memória dos dispositivos e ainda incorrem na possibilidade de infecção por vírus e malwares. Além disso, não é necessário esperar a conclusão da transmissão do arquivo, já que o mesmo vai sendo executado enquanto ocorre o envio dos dados. Sob a perspectiva da experiência do usuário, os serviços de streaming suplantaram a dependência das grades de programação das TVs e rádios tradicionais e constituíram uma nova forma de se consumir conteúdos audiovisuais, conhecida como on demand. Hoje as plataformas de streaming permitem a montagem de playlists personalizadas que podem ser acessadas no momento mais adequado e no dispositivo de sua preferência. Outra vantagem, é que o arquivo pode ser paralisado e novamente acionado de acordo com a sua conveniência. Assim, é possível parar a música ou filme enquanto atende uma ligação, por exemplo, e retomar do mesmo ponto na sequencia ou, se preferir, horas ou dias depois.

O streaming também impulsionou a criação de novas profissões. Youtubers, vloggers. podcasters e influenciadores digitais montam suas bases de atuação a partir do streaming de áudio ou vídeo, gerando receita com a monetização de suas produções e do patrocínio de empresas.

Além disso, os serviços mais famosos de áudio e vídeo investem bastante em tecnologias para que seja possível consumir seus conteúdos, otimizando o uso da internet, o que é possível através da compressão do tamanho de seus arquivos. Durante a pandemia, por exemplo, serviços como a Netflix, cancelaram a opção de filmes em HD (alta definição), para ajudar a reduzir o tráfego na rede e com isso garantir que todos conseguissem navegar com mais facilidade.

Mas atenção: serviços de stream são unicast, ou seja: cada usuário consome uma banda de acordo com a qualidade escolhida. Vamos imaginar que a Netflix em Full HD consuma 8 Mbps por tela. Se três pessoas assistirem simultaneamente, o consumo de banda, naquele momento, será de 24 Mbps. Por isso, é preciso estar atentoao uso dos pacotes de dados. Por fim, vale salientar que as grandes plataformas de streaming, por serem obrigadas a investir numa parruda infraestrutura para disponibilizar o serviço, acabam também aplicando grandes aportes financeiros na produção de conteúdos para alimentar seu sistema, caso da Netflix, que se transformou numa grande produtora de filmes e seriados. Para completar, ainda trabalham pesado na organização do acervo, para facilitar a experiência do usuário. E neste ponto, vale até mesmo o uso de inteligência artificial para análise das preferências de cada cliente e a oferta de novas opções personalizadas, fidelizando assim a audiência.

Mas o assunto não se esgota aqui, semana que vem, vamos falar sobre as principais plataformas de streaming, que oferecem filmes, séries, músicas podcasts, games, além da possibilidade de transmissões ao vivo, com a interação de várias pessoas simultaneamente.

 

Rush Video – Ideias em Movimento.