MUSICAL GREASE VOLTA À CENA APÓS A MORTE DA ATRIZ E CANTORA
OLIVIA NEWTON-JOHN
A atriz e cantora Olivia Newton-John, de 73 anos, que ao lado de John Travolta estrelou o filme musical “Grease – Nos tempos da Brilhantina”, faleceu no último dia 08 de agosto vítima de um câncer de mama com metástase no osso sacro, diagnosticado em 2018. Ela chegou a vencer outros tumores em 1992 e 2015. “Minha querida Olivia, você fez todas as nossas vidas muito melhores. Seu impacto foi incrível. Eu te amo muito. Futuramente, nos veremos e estaremos todos juntos novamente. Sou seu desde o primeiro momento em que te vi e para sempre! Seu Danny, seu John”, declarou Travolta através de suas redes sociais, em referência ao personagem. Os dois chegaram a dividir os holofotes, pela última vez, em 2019 num reencontro para comemorar os 40 anos de “Grease”, com direito a performance de números musicais do filme, para delírio dos fãs.
A carreira
Olivia começou sua carreira em 1971, mas o sucesso e o status de estrela de Hollywood chegaram em 1978 com “Grease”, que acabou se tornando um clássico, com uma legião de fãs espalhados por todo planeta. Na pele da protagonista que, inclusive, inspirou o nome da cantora Sandy, ela ainda deu voz aos hits “You’re the One that I Want”, “Summer Nights” e “Hopelessly Devoted to You”.
Como cantora, Olivia faturou dois Grammy. Em 1980, estrelou “Xanadu”, outro musical, que trazia no elenco ninguém menos que o ator e dançarino Gene Kelly. O filme foi detonado pela crítica, mas acabou cativando os fãs, reunindo hits como a faixa título e a canção “Magic”, além da reprodução de uma sequência de “Cantando na Chuva”, clássico de 1952, estrelado por Gene Kelly. O filme ainda antecipou a onda dos patins que acabou chegando ao Brasil na esteira da produção
Mas foi em 1981 que Olivia emplacou o seu maior sucesso como cantora. A música “Physical” ficou no topo da Billboard Hot 100, a principal parada musical dos Estados Unidos, por dez semanas, quebrando todos os recordes da época. Com uma imagem mais comportada, reforçada por seus papeis em “Grease” e “Xanadu”, Olivia chocou o público por causa do duplo sentido dos versos do refrão: “Não há mais o que dizer/ A menos que seja na horizontal/ Vamos passar para o físico”. Além disso, o clipe, que possui uma temática gay e traz homens musculosos numa academia, chegou a ser censurado durante a programação da MTV.
Ativismo
A artista também dedicou uma parte de sua vida ao ativismo ambiental e aos direitos dos animais. Ela, inclusive, deixa como legado a Olivia Newton-John Foundation Fund, fundação dedicada à pesquisa de plantas medicinais e câncer.
O fenômeno Grease
“Grease” é um filme que não nega a sua origem nos palcos da Broadway. Por coincidência, a montagem está atualmente em cartaz em São Paulo. A história dos jovens que se conhecem e se apaixonam durante as férias não traz nada de novo. Ao contrário, a trama é puro clichê, mas cativa graças a química entre Olivia, que vive a virginal Sandy, e Travolta, na pele do bad boy Danny, e também serve de pano de fundo para amarrar números musicais muito bem coreografados. A trilha sonora é a cereja do bolo e a ambientação no fim dos anos 50 confere um charme adicional. Diferente da saga High School Musical, que bebe da mesma fonte, “Grease” é politicamente incorreto, o que garante aos personagens mais humanidade e talvez por isso consiga promover uma conexão com o público até hoje. Eles fumam, bebem, fazem sexo e fogem de casa para noitadas. O filme, aliás, está disponível na plataforma de streaming Prime Video, da Amazon.