A Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla original) divulgou na semana passada a lista dos indicados ao Globo de Ouro 2021, que terá o anúncio dos vencedores em 28 de fevereiro. Na temporada de premiações dos EUA, o Globo de Ouro é o primeiro evento de destaque do ano, culminando com o Oscar, marcado para 25 de abril e já nos dá uma prévia de quem pode abocanhar a estatueta mais cobiçada do cinema. Por conta da pandemia, a cerimônia será on-line, com apresentação das comediantes Tina Fey e Amy Poehler. A dupla vai repetir a parceria de 2013 a 2015, quando também comandaram a festa. O novo formato não é o único impacto da Covid-19 sobre o evento. Com o isolamento social e o fechamento das salas de cinema pelo mundo afora, com o ritmo de retomada variando de acordo com a situação de cada país, o que que se nota é um fortalecimento das plataformas de streaming, que estão investindo cada vez mais em produções próprias, estreladas por nomes de peso e que, como consequência, aparecem com vários títulos entre os indicados. A Rush Vídeo, produtora de conteúdo audiovisual, de Campinas, interior de São Paulo, há quase três décadas no mercado, segue atenta a todos os movimentos da indústria, acompanhando as tendências, novidades e, claro, os títulos e performances que mais estão se sobressaindo. Independente dos vencedores, a lista de indicados é um apanhado dos destaques de 2020 e, ao contrário de anos anteriores, muita coisa está ao alcance do controle remoto. 

A Netflix dominou a lista nas categorias de filmes, contabilizando vinte e duas indicações. Em segundo lugar está a Amazon Studios com sete nomeações para melhor produção. Nas categorias de TV, o segundo lugar entre os distribuidores foi a HBO, também com sete indicados. Para os fãs de seriados, a série mais indicada foi “The Crown”, sobre a família real britânica, disponível na Netflix, com seis nomeações, seguida por “Schitt’s Creek”, com cinco, “Ozark” e “The Undoing”, ambas com quatro, finalizando com “The Great” e Ratched, as duas com três nomeações. 

 “Mank”, com seis e “Os 7 de Chicago” com cinco, foram os filmes com mais indicações, seguidos por “meu Pai” e “Nomadlande e “Bela Vingança” todos com quatro. Já “Borat: Fita de Cinema Seguinte” e “Uma Noite em Miami…” tiveram três indicações. Um dado interessante é que pela primeira vez na história, o Globo de Ouro tem mais de uma mulher indicada à categoria de Melhor Direção: Emerald Fennell, Regina King e Chloé Zhao. Antes delas, apenas cinco diretoras foram indicadas, sendo Barbra Streisand a única a levar a estatueta para casa. Entre os atores, Sacha Baron Cohen e Olivia Colman tiveram duas indicações cada um – ele como ator de comédia (“Borat: Fita de Cinema Seguinte”) e ator coadjuvante (“Os 7 de Chicago”), e ela como atriz em série de drama (“The Crown”) e atriz coadjuvante (“Meu pai”). Já Jane Fonda, que divide seu apreço ao cinema com o ativismo social, será homenageada por sua contribuição à sétima arte com o Prêmio Cecil B. DeMille.

Enquanto o dia da festa não chega, conheça um pouco mais sobre alguns indicados disponíveis nas plataformas de streaming.  

 

The Crown

Desde sua primeira temporada, “The Crown” se manteve fiel à sua proposta: contar uma história baseada em fatos reais, que desperta o fascínio no público, como é o caso da trajetória da família real britânica. Nesta quarta temporada o compromisso atinge um novo patamar com a evolução da linha temporal que inseriu uma personagem muito aguardada pelos fãs: a princesa Diana, brilhantemente interpretada por Emma Corrin, também indicada por sua performance. A poderosa primeira-ministra, Margaret Thatcher, vivida por ninguém menos do que Gillian Anderson, a agente Scully da aclamada série “Arquivo X”, também merece destaque. A série está em cartaz no Netflix. 

 

Schitt’s Creek

Esta série canadense foi um dos grandes destaques do Emmy 2020, levando todos os prêmios destinados a categoria comédia. A história gira em torno da família Rose, dona de uma rede de videolocadoras que perde toda a sua fortuna após um de seus sócios cometer uma fraude financeira milionária. Falidos, eles se mudam para a pequena Schitt’s Creek, cidade que haviam comprado num arroubo de excentricidade. No Brasil, a comédia é exibida pelo canal pago Comedy Central e está disponível no Paramount+, plataforma do grupo ViacomCBS. O telespectador que desconhecia o título, não precisa se sentir culpado por estar de fora dessa onda, já que a atração estreou em território nacional somente em maio do ano passado, sem muito alarde. 

 

Ozark

Esta atração que está disponível na Netflix nos remete a aclamada “Breaking Bad”, que narrava a história de um professor de química que para garantir uma vida melhor para a sua família, passava a fabricar drogas, cruzando a frágil linha da moralidade. À medida em que os episódios avançavam, o personagem se aprofundava no mundo do crime, sem nunca deixar de lado os valores familiares, algo especialmente caro a sociedade americana. “Ozark” segue uma trilha muito parecida. Marty Byrde (Jason Bateman) e a mulher, Wendy (Laura Linney), levavam uma vida pacata num subúrbio de Chicago com os filhos, a adolescente Charlotte (Sofia Hublitz) e o caçula, Jonah (Skylar Gaertner). Tudo ia bem até Marty descobrir que a firma onde trabalhava lavava dinheiro para um poderoso cartel de drogas e fugir com a família para a região de Ozark, no Missouri, com uma fortuna. Lá, o casal envereda pelo submundo do crime e passa a viver uma vida dupla. 

 

The Undoing

Esta minissérie da HBO, estrelada por Nicole Kidman e Hugh Grant, conta a história de um terrível crime que abalou uma família de médicos da alta sociedade nova-iorquina, que à primeira vista parecia perfeita. A trama, mesmo reunindo todos os clichês possíveis de uma produção de mistério: um casal perfeito, um crime terrível, uma traição, revelações chocantes, coadjuvantes que são uma incógnita e vários suspeitos, são repleta de reviravoltas e consegue manipular o espectador de uma forma surpreendente.

 

The Great 

Disponível no Brasil pela plataforma Starzplay, The Great conta a história de Catarina, a Grande, só que com uma visão satírica. A série mostra como uma menina rica e bem-nascida (Elle Fanning) arquiteta um golpe de estado contra o Czar, Pedro IIII, seu marido, cujo reinado duraria apenas seis meses. Após ser obrigado a abdicar do trono, ele é morto sob circunstâncias misteriosas, sendo que muitos acreditam que foi assassinado por Alexei Orlov, irmão de um dos amantes de Catarina, Grigory Orlov. Com isso, inaugurou-se um reinado de 34 anos que passou à história como a “era de ouro” russa.

 

Ratched

A série de Ryan Murphy, que já assinou sucessos como “American Horror Story” e “Glee”, é focada na personagem título, uma enfermeira malévola extraída do filme “Um Estranho no Ninho”, de 1975, e tida por muitos como uma das grandes vilãs do cinema. Originalmente Ratched foi vivida por Louise Fletcher que venceu o Oscar, apesar de estar em poucas cenas no longa, com uma interpretação minimalista. A série foca no passado da personagem e vale ressaltar que para os padrões de hoje suas maldades não chegam a chocar. O mal que a personagem emana é dissimulado. Ela é ardilosa, faz jogos de poder com os pacientes de um sanatório e sua ação só é permitida porque ela é capaz de manter a ordem.  “Ratched” está disponível pela Netflix. 

 

Mank

Filme mostra a história do Herman J. Mankiewicz, roteirista do icônico “Cidadão Kane” e sua luta contra o diretor Orson Welles pelo crédito do texto da obra. A direção é de David Fincher, de “Clube da Luta”. Disponível na Netflix, a produção teve seis indicações, entre elas a de Melhor Drama, Melhor Ator para Filme de Grama (Gary Oldman) e Melhor Atriz Coadjuvante em Filmes de todas categorias (Amanda Seyfried), além de melhor direção. 

 

Os 7 de Chicago

Outra pérola da Netflix, este filme é um drama histórico que leva a assinatura de Aaron Sorkin, de “A Rede Social”. Em 1968, diferentes grupos contrários à Guerra do Vietnã se reuniram em um grande protesto em Chicago, local em que acontecia a Convenção Nacional Democrata, que anunciou a candidatura de Hubert H. Humphrey à presidência. As coisas saíram do controle e houve um grande tumulto que levou o governo a acusar um seleto grupo de pessoas de conspiração em um julgamento que entrou para a história do país. 

 

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