Nem só de imagem é feita uma produção audiovisual. A parte sonora é igualmente relevante e impacta de forma decisiva no resultado final. Um som baixo, com ruídos, pode comprometer o interesse do espectador pelo conteúdo. Igualmente, uma trilha sonora que não se encaixe ao contexto prejudica o impacto pretendido e, consequentemente, a mensagem que se almeja transmitir. O mesmo acontece com os efeitos sonoros. Passos, explosões, rangidos de portas, gritos, rugidos e risadas, tudo isso ajuda a contextualizar a cena, identificar personagens, e instigar a audiência a embarcar na narrativa. Imagine o que seria de um filme de suspense, por exemplo, sem os efeitos sonoros. Por isso, independentemente do tipo de conteúdo produzido, seja um vídeo institucional, um documentário ou até um vídeo marketing, estes efeitos são fundamentais.

O surgimento dos efeitos sonoros
E se engana quem acredita que os efeitos sonoros surgiram junto com o cinema ou com a TV. Antes disso, na era do rádio, já se usava o recurso de gravar as risadas para serem inseridas nos programas e assim induzir o humor dos ouvintes. Mais tarde, este artifício foi usado nos seriados de TV americanos gravados em auditório, com plateia. Como estas sitcoms eram captadas usando apenas uma câmera, era preciso fazer várias tomadas, em diferentes ângulos, de uma mesma cena. Contudo, durante os deslocamentos da câmera, a reação da plateia nem sempre era a indicada pelo roteiro. Afinal, é difícil manter a mesma empolgação ao assistir uma cena pela enésima vez, ainda que seja muito engraçada. Foi aí que entrou em cena o engenheiro de som Charley Douglass, do canal CBS, que não apenas criou, mas monopolizou, o mercado de risadas enlatadas na TV americana.

Apesar do efeito da risada enlatada ter autoria e ter ajudado, inclusive, a notabilizar o seu criador, existem outros sons que, embora clássicos, permanecem anônimos. Um deles é o Wilhelm scream, que surgiu no filme “Distant Drums”, de 1951. Este recurso costuma entrar em cena quando um personagem cai de um lugar alto ou é atingido por uma explosão ou tem qualquer outro tipo de morte dramática que justifique esse grito estridente. Um recurso usado em centenas de filmes, incluindo sucessos como “Indiana Jones”, “Titanic” e até seriados mais recentes, como “La Casa de Papel” e “Game of Thrones”. Outro grito bastante popular é o Howie scream, que estreou no cinema em “The Ninth Configuration”, de 1980. O efeito acabou ganhando este nome, anos depois de sua criação, numa homenagem ao ator Howie Long no filme “A Última Ameaça” (1996).

Como os efeitos sonoros podem ajudar?
Para ilustrar a importância não apenas dos efeitos sonoros, mas também da trilha, e de como são indispensáveis para garantir o clímax da ação que se desenvolve na tela, vamos usar um exemplo clássico: a famosa cena do assassinato no chuveiro do suspense “Psicose”, do mestre Hitchcock. Além da famosa trilha sonora, composta por Bernard Herrmann, os efeitos sonoros ajudam a aumentar a tensão. Aliás, esta cena é tão bem desenvolvida, principalmente se considerarmos

os recursos disponíveis na época ( o filme foi produzido em 1961), que ganhou até um documentário no Netflix. ’78/52′, escrito e dirigido por Alexandre O. Philippe, que mergulha nesta sequência, que é tratada como um ponto de virada na história da sétima arte. O título, aliás, é uma referência aos 78 takes e 52 cortes de edição necessários para compor o momento icônico. Vale a pena conferir.

Outro exemplo clássico, que ilustra a importância dos efeitos de áudio é o emblemático som produzido pelos sabres de luz dos guerreiros Jedis, na franquia cinematográfica “Star Wars”. Concebido pelo designer de som Ben Burtt, o barulho produzido pelas espadas de luz surgiu a partir de uma gambiarra! Burtt conta que misturou o som de “hmmmm” feito por um antigo projetor de filme com o zumbido de uma TV velha, acidentalmente gravado quando ele passou com um microfone ligado por trás do tubo de um televisor no chão do estúdio. Para refinar o efeito e criar a sensação de movimento do sabre, Burtt reproduziu o som em um alto falante e gravou com um microfone se aproximando e se afastando da caixa. Além do som dos sabres de luz, é dele as “vozes” dos personagens Chewbacca e R2-D2.

E criatividade, aliás, é o que não falta para se conseguir o efeito esperado. Em 1993, Gary Rydstrom, engenheiro de som responsável pelo filme “Jurassic Park”, misturou os ruídos emitidos por cachorros, burros, éguas, vacas e até de tartarugas copulando, para compor os rugidos que ajudavam a deixar os dinossauros ainda mais assustadores.

Na teledramaturgia brasileira também existem outros exemplos clássicos que reforçam a importância dos efeitos sonoros, desta vez, na composição de personagens. Em “Roque Santeiro”, Sinhozinho Malta, vivido por Lima Duarte, sacudia o relógio e as pulseiras de ouro que trazia no braço quando estava nervoso e, neste momento, ouvia-se o som de uma cascavel, misturado ao ruído do chocalho das pulseiras. Nesta mesma novela, para acentuar o tique nervoso de Zé das Medalhas, interpretado por Armando Bógus, que vivia esticando o queixo, foi usado o barulho de ossos estalando.

Por que contratar uma produtora?
Diante dos exemplos, fica fácil entender a importância dos efeitos sonoros. Contudo, é necessária a perfeita conexão conceitual entre imagem e som, além do apuro técnico. O áudio não deve jamais transcender a imagem, eles precisam estar em perfeita sintonia. Um resultado que depende, essencialmente, do trabalho de profissionais experientes, como é o caso da equipe da Rush Video, de Campinas, que tem mais de trinta anos de atuação na produção de conteúdo audiovisual.

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