Pouca gente sabe, mas o a produção do longa metragem Turma da Mônica – Laços, maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro atual, teve várias cenas rodadas em Holambra e Paulínia e o quartel general para armar toda a produção de vídeo foi o Royal Palm Plaza de Campinas. A cidade, aliás, vem demonstrando uma efervescência no setor de produção cinematográfica nos últimos 10 anos que pode ser avaliada pelos números. Segundo dados da Câmara Temática de Audiovisual da cidade, que reúne mais de cem cineastas da Região Metropolitana, na última década, 22 longa-metragens foram realizados no local, entre os quais a cinebiografia de Renato Russo, “Somos Tão Jovens”, as comédias “O Homem do Futuro”, “Colegas”, os dois filmes da série “Vai que Dá Certo”, o policial “Salve Geral”, os regionais “O Menino da Porteira” e “O Crime da Cabra” e muitos outros. E tem mais: num relatório preparado para ser enviado para a Secretaria de Cultura e Economia Criativa agora na primeira semana de agosto, a Câmara Temática defende que a cidade está emergindo como um novo celeiro cinematográfico no interior, munidos sobretudo, por mão de obra qualificada (cerca de 150 curta-metragens independentes foram produzidos na região só em 2018), faculdades com cursos profissionalizantes para a área (Unicamp e Metrocamp), mais de 20 produtoras de vídeo com experiência e infra-estrutura armada e três locadoras de equipamentos especializadas com as últimas novidades em câmeras, lentes e maquinário de produção.
A área do município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 795,697 km², sendo que 238,3230 km² constituem a zona urbana e 557,334 km² restantes englobam a zona rural. O acesso é facilitado para quem vem de fora pelo Aeroporto Internacional de Viracopos e, por um complexo rodoviário estratégico que converge a Bandeirantes, a Anhanguera e a Dom Pedro numa malha. Por sinal, como as estradas estão ligadas a um anel viário, a agilidade para chegar as regiões é ótima, o que torna a filmagem em qualquer paragem limítrofe – como os distritos de Sousas, Joaquim Egídio, e as cidades de Holambra, Indaiatuba, Jaguariúna, Paulínia, Hortolândia – um grande diferencial. A rede metropolitana de Campinas atrai a atenção também pelo clima tropical, com pouca precipitação de chuva e céu aberto em mais de 300 dias por ano.
Historicamente também aqui foi a terra dos barões de café no século 19, por isso há muitos palacetes e casarões ricos, tanto na região urbana como no campo, bem como um trem a vapor do século 19, que transita entre Campinas (Estação Anhumas) e Jaguariúna (Estação Maria Fumaça). Ou seja, Campinas tem a direção de arte perfeita para recriar filmes históricos ou de época.
Estamos falando, portanto, de uma região estratégica, farta de possibilidades, muito relevante, se você, cineasta, procura condições logísticas e profissionais qualificados em produção de vídeo.
Todos esses dados, pesquisa e estudo foram levantados pela Câmara Temática de Audiovisual e passados para nós, cineastas da região, na reunião do último dia 18 de julho, no MIS Campinas. Muita gente está vendo a data, a organização dos cineastas independentes da região em prol de interesses comuns e o estudo encomendado pela própria diretora presidente da SP Cine Laís Bodansky, como o ponta-pé para uma nova fase do cinema do interior paulista.
Lembrando que o SP Cine tem o objetivo de fomentar a produção de cinema no Estado de São Paulo, resta agora acompanhar que medidas a diretora presidente tomará, para incrementar um mercado que já tem uma força no Estado, e que pode proporcionar muito mais serviços ao cinema nacional.
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