Poucas séries de filmes de grande sucesso são tão agradáveis ​​e acessíveis a pessoas de todas as idades e culturas como “Toy Story”. Esta franquia vem demonstrando uma impressionante capacidade de vencer as probabilidades e de se reinventar, ao longo de um período de tempo que já envolve duas gerações.
O quarto “Toy Story”, que acaba de entrar em cartaz, é uma loja de brinquedos cheia de novas maravilhas, mas não é propriamente da trama do filme que vamos falar aqui no nosso blog da Rush Video. Claro que gostamos de nos divertir, mas o ponto mais relevante para nós, como produtora de vídeo, é abordar a engenharia criativa que os fundadores do estúdio John Lasseter e Ed Catmull moldaram.
No caso da Pixar, essa expansão seria improvável se não houvesse um princípio de estímulo coletivo e criativo tão bem azeitado. Lasseter montou uma equipe de animadores senior – formado por Peter Docter, Andrew Stanton, Joe Ranft, Lee Unrich e Brad Bird – que praticamente administram o controle de qualidade de cada roteiro, cada cena, cada traço dos personagens que vão sendo desenvolvidos.
Conhecido informalmente como o “Braintrust”, esse quinteto de artistas tem uma sinergia tão forte em busca do constante refinamento que sempre foi motivo de orgulho para o Estúdio. A confiança e o empenho deste trabalho, no entanto, às vezes causa revezes. Sabe-se, por exemplo, que várias vezes, um deles acabou tirando diretores externos que tinham sido contratados para cuidar da direção, por que eles não estavam dando conta do trabalho. Nestas ocasiões, o sistema criado estava tão estrategicamente estruturado para executar um plano alternativo, que o “Braintrust” não vacilava. Um deles assumia a cadeira e consertava os erros.
Agora, olha que curioso: embora isso tenha acontecido em Toy Story 2 e em Ratatouille, o interessante nessa história, é que ninguém dentro da Pixar via isso como mérito, e sim, como falha.
Reunir as melhores equipes possíveis sempre foi o mantra de Ed Catmull ao criar a Pixar. “Conseguir as pessoas certas e a química certa numa produção é mais importante do que ter a ideia certa”, ele escreveu em seu livro “Creativity, Inc”.
E seu desafio foi ajustar o modelo. Na filosofia empreendedora dele, a humildade é tudo. “Você nunca deve pensar que você é o melhor porque está na condição de gerenciamento, deve, sim, procurar pessoas mais inteligentes e qualificadas do que você. Afinal, o melhor líder é aquele que tem a humildade para admitir o quanto podem ser superado por aqueles que se reportam a ele. E quanto mais você encoraja seus funcionários a buscarem uma excelência maior que a sua, o trabalho fica melhor e os resultados são melhores”.
“Se você der uma boa ideia a um time medíocre, eles vão estragar tudo”, escreve Catmull. “Agora se você der uma ideia medíocre para um time brilhante, eles vão consertar ou jogar fora e chegar a algo melhor.”
O medo do fracasso é outro tema-chave do livro “Creativity, Inc.”. Em certo trecho Catmull afirma: “Embora não queiramos muitos fracassos, devemos pensar no custo do fracasso como um investimento no futuro”.
Sob o ponto de vista dele, os fracassos devem ser vistos como oportunidades e pontos de partida no caminho para alcançar metas versus algo a ser evitado.
Catmull também explica como o medo de fracassar pode atrapalhar as equipes. Temer o fracasso significa que as equipes não vão mostrar o trabalho até que achem que está quase perfeito, o que dificulta a correção de problemas, já que esses projetos estão no caminho do desenvolvimento. Uma equipe criativa precisa fazer uma iteração rápida, o que significa apresentar o trabalho com antecedência e com frequência. Como Catmull diz, “nenhum filme da Pixar começou engraçado, sincero e bem escrito como vemos nos cinemas. Mas a maior lição que um líder criativo deve ouvir é: “não desconsidere ideias de fontes inesperadas. A inspiração pode vir de qualquer lugar”.
Foi com essa filosofia que a Pixar Studios se tornou a empresa mais importante do ramo de animação do mundo em menos de 20 anos. E “Toy Story 4” chega para reforçar mais uma vez que eles estão no caminho certo.