A Rush Vídeo, produtora de conteúdo audiovisual da região de Campinas – SP, há quase trinta anos no mercado, é, por força do negócio e também por amor à arte, uma amante do cinema. Do circuito comercial ao alternativo, passando pelos blockbusters e produções de baixo orçamento, de diferentes nacionalidades, não importa: quando o assunto é o universo cinematográfico, a atenção é sempre plena. E neste contexto, a pandemia acabou provocando um efeito colateral nada adverso. Em casa, sobrou tempo para consumir filmes que em outras circunstâncias possivelmente não seriam vistos. O resultado, foram excelentes descobertas, entre elas o trabalho de cineastas que têm ganhado destaque nos últimos tempos, alguns já conquistando seus primeiros prêmios, com potencial para deslanchar nos próximos anos.

Abaixo, fizemos uma lista destes diretores incríveis, que merecem toda atenção. A lista, aliás, começa com algumas mulheres que prometem gravar seus nomes no panteão da sétima arte.

 

Bárbara Paz

Nacionalismos à parte, a atriz Bárbara Paz assina seu primeiro longa, o premiado “Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, Vencedor de dois prêmios no Festival de Veneza (melhor documentário e da crítica independente). Também foi indicado pelo Brasil para disputar uma vaga no Oscar 2021, na categoria de Melhor Filme Internacional. A produção homenageia o também diretor Héctor Babenco, conhecido por títulos como “Pixote”, “O Beijo da Mulher Aranha” e “Carandiru”, morto em 2016, aos 70 anos e com quem Bárbara foi casada. Em relatos marcantes sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade, o documentário revela o amor do cineasta pela sétima arte, que o manteve vivo por tantos anos, apesar da saúde frágil.

 

Alice Rohrwacher

A lista segue com mais uma mulher, a cineasta italiana que vem ganhando projeção desde sua primeira incursão num longa-metragem com “Corpo Celeste”, de 2011, que retrata a trajetória de Marta, uma adolescente de 13 anos, em conflito com a família e a religião. Seu segundo filme “As Maravilhas”, de 2014, venceu o prêmio de júri no Festival de Cannes e, mais uma vez lança o olhar para a história de famílias humildes da Itália, ao mostrar um clã de apicultores que decide participar de um reality show. Já o mais recente, “Lazzaro Felice”, de 2018, foi indicado à Palma de Ouro em Cannes e faturou o prêmio de melhor roteiro. Desta vez, a diretora se apropria de elementos do Neorrealismo Italiano e se inspira em passagens bíblicas para narrar a vida de um jovem bondoso que faz de tudo para ajudar e agradar as pessoas à sua volta, mesmo que isso signifique se submeter a horas ininterruptas de trabalho e viver situações constrangedoras. Mas depois de um trágico acidente, Lazzaro acorda, muitos anos depois, em pleno século XXI e sem conseguir compreender a lógica deste novo mundo e assim inicia uma jornada em busca de sua família. “Lazzaro Felice” está disponível no catálogo da Netflix

 

Alma Har’el

Com uma carreira consolidada como diretora de videoclipes e comerciais, a israelense iniciou a sua trajetória no cinema com curtas e documentários, dirigindo os premiados “Bombai Beach”, de 2011, que retrata uma comunidade pobre localizada em uma praia artificial na Califórnia, e “LoveTrue”, de 2016, sobre a percepção do amor sob a lente de pessoas de diferentes culturas. “O Preço do Talento” (Honey Boy), de 2019, é sua estreia num longa de ficção, com roteiro assinado pelo ator Shia LaBeouf. Premiado pelo Directors Guild of America, o poderoso sindicato dos diretores de cinema dos Estados Unidos, este filme, que está disponível nas plataformas Apple TV+, Now e Vivo Play, narra a história de Otis, um ator mirim que tem uma infância difícil ao lado do pai alcoólatra e violento. Depois de adulto, quando começa a fazer terapia, percebe os danos provocados pela sua criação conturbada e tenta se reconciliar com o pai, de quem ainda guarda muitas mágoas.

 

Ari Aster

Este é um nome a ser celebrado pelos fãs de filmes de terror. O cineasta americano despertou interesse ao oxigenar o gênero com os longas como “Hereditário”, de 2018, sobre uma família que precisa lidar com o destino macabro após a morte da matriarca, e “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite”, de 2019, que acompanha as celebrações macabras de uma comunidade fictícia na Suécia. Ambos foram sucesso de crítica e de público e, por isso, a expectativa é que o padrão de excelência se mantenha nos novos trabalhos. Esta última produção, aliás, está disponível no Amazon Prime Video, Apple TV+, Google Play, Now e Vivo Play.

 

Bi Gan

Com um currículo de apenas dois longas, o cineasta chinês tem despertado a atenção da crítica pelo seu estilo peculiar, com sequências longas e sem cortes. Sua estreia, “Kaili Blues”, de 2015, foi premiada no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, e traz um magistral plano-sequência de mais de 40 minutos de duração, que envolve cenas com moto, escadaria, barco, ponte e muito mais. O filme é um drama melancólico com uma fotografia e câmera exemplares e ainda tem um pezinho na literatura, através da leitura dos poemas declamados pelo seu protagonista. Chen é um ex-presidiário, encarcerado por 9 anos para acobertar um crime de seu chefe. Solto, ele se forma médico, além de ser poeta. Seu irmão é um viciado em jogos que tem um filho pequeno, Weiwei, que Chen trata como se fosse seu filho e que acaba sendo vendido pelo pai. Desesperado, o médico sai em busca do garoto para tentar resgatá-lo. Já seu filme mais recente, “Longa Jornada Noite Adentro”, de 2018, foi premiado com o Cavalo de Ouro em Taiwan e é um exemplo de como o cinema pode ser também uma experiência sensorial. Passado e presente, realidade e sonho se entrelaçam para narrar a incrível história de Luo Hongwu, um homem que retorna a Kaili, a cidade natal da qual fugiu 12 anos antes, na busca pelo grande amor de sua vida.

 

Sam Levinson

Nome bastante conhecido entre o público jovem em função da direção da série “Euphoria”, da HBO, Sam Levinson também tem um histórico promissor à frente de longas de ficção. Em “Bastidores de um Casamento”, de 2011, ele lança o olhar sobre a história de uma mulher que vai ao casamento do filho, com quem mantém uma relação distante. Outro filme assinado por ele, que merece atenção é “País da Violência”, de 2019, disponível nas plataformas Apple TV+ e Google Play. A produção é ambientada numa pequena cidade americana que vira de cabeça para baixo quando um hacker expõe a intimidade de um grupo de jovens que, furiosas, planejam uma violenta vingança. Levinson é ainda um dos responsáveis pelo roteiro de “O Mago das Mentiras”, de 2017, estrelado por ninguém menos que Robert De Niro e Michelle Pfeiffer. Durante a quarentena, se manteve produtivo e escreveu e dirigiu o drama “Malcolm e Marie”, protagonizado por John David Washington e Zendaya, que tem previsão de estreia na Netflix em fevereiro.

 

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