A técnica por trás dos efeitos especiais
A primeira guerra entre os vingadores e o vilão Loki. O primeiro voo de Harry Potter na vassoura. A cena épica do Godzilla destruindo a cidade. A invasão de alienígenas em Guerra dos Mundos, e até o mundo sendo destruído em Impacto Profundo, são exemplos clássicos do show de imagens produzidos através desses recursos.
Mas antes de falar sobre como eles são pensados e produzidos, é importante saber como esses efeitos surgiram no cinema.
Willis O’Brien: o precursor
Toda inovação tem uma mente engenhosa por trás. No caso dos efeitos especiais no cinema, o americano Willis O’Brien foi pioneiro. A primeira criação de O’Brien foi um filme chamado “The Dinosaur and the Missing Link”, de 1915, que trazia como personagens, um homem da caverna, um homem-macaco e um dinossauro.
Pensando agora, parece bobagem, mas na época esses personagens só estavam no imaginário das pessoas. Ninguém nunca tinha visto nada parecido, até que O’Brien não só deu forma à imaginação, mas também fez com que os personagens se movessem e desenrolassem o enredo da obra. Foi um sucesso.
O gênio então desencantou e passou a produzir outras obras, chegando à ascensão em 1949, quando recebeu um Oscar de efeitos especiais pelo filme “Mighty Joe Young”.
COMO SÃO FEITOS
Depois da criação de O’Brien, veio a ciência e a tecnologia para dar mais uma ajudinha e revolucionar o mercado dos efeitos especiais, visuais e 3D.
Os efeitos especiais
Os efeitos especiais são divididos em duas categorias: A primeira se refere aos efeitos mecânicos e físicos. Quando objetos são inseridos na cena, para dar mais realismo ao mundo que se deseja criar, ou máscaras e maquiagens para mudar a aparência dos atores. Um exemplo são os castelos e cidades, representados por maquetes ou grandes espaços. Em Titanic, por exemplo, foi utilizada uma piscina de rasa profundidade, para as cenas na água.
Mas como é possível que uma piscina rasa torne-se um oceano? Aí entra a segunda categoria dos efeitos especiais. Os efeitos ópticos e fotográficos, que podem ser utilizados durante as filmagens ou na pós-produção. Para que isso aconteça, são necessárias técnicas de posicionamento de câmera, iluminação, ângulos e filtros que criam o efeito correto para que a imagem reproduzida vá além da realidade.
Os efeitos visuais
Os Efeitos Visuais são utilizados sempre na pós-produção. Acontece quando algum elemento virtual é adicionado à cena, fruto de computação gráfica. Nos filmes como Godzilla, Harry Potter, e Senhor dos Anéis, por exemplo, algumas criaturas só foram possíveis de existir, através dos efeitos visuais. A tão conhecida cobra Anaconda, por exemplo, também foi fruto de uma produção virtual, extrapolando os limites do real.
O cinema 3D
Desde a sua criação em 1890, o cinema evoluiu muito em termos de som, imagem, cores e efeitos especiais. Uma grande evolução foi o nascimento dos cinemas 3D, com imagens surreais que fazem você acreditar que está inserido na cena.
É importante lembrar que os seres humanos possuem visão binocular, isso significa que cada olho enxerga uma imagem diferente, e o cérebro é o responsável por combiná-las em uma única imagem.
A diferença quase imperceptível entre estas duas imagens é denominada desvio, o cérebro a utiliza para ajudar na percepção de profundidade. É exatamente por esta razão que, ao perder a visão de um dos olhos, as pessoas perdem também a noção espacial.
As câmeras usadas atualmente para gravar os filmes 3D gravam as cenas em polarizações diferentes. Enquanto uma das lentes apresenta polarização horizontal, a outra é polarizada verticalmente. Por serem utilizadas duas câmeras, o filme terá, a cada segundo, 48 quadros, que é o dobro de quadros utilizados em filmes convencionais 2D, 24 deles são vistos pelo olho direito e os outros 24 pelo olho esquerdo. Quadros são os frames do filme, isto é, cada uma das imagens fixas de um vídeo.
O filme é projetado, às vezes, com dois projetores simultâneos. Além disso, a tela é refletiva (prateada), o que torna possível para a luz passar a ideia de que não se trata de uma tela normal.
Os óculos 3D com os filtros de polaridade permitem que cada olho receba um quadro, como se cada pessoa enxergasse a mesma coisa através de dois diferentes focos. A distância entre os dois olhos nos faz ver a mesma coisa sob ângulos diferentes. Então, com essas duas imagens vistas por cada olho, o nosso cérebro forma uma terceira imagem, como se nos enganasse, dando a impressão de profundidade à cena.
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