Se refletirmos um pouco sobre como se ensina em nossas escolas, será muito fácil perceber porque ocorre a tendência ao discurso.
A aprendizagem tradicional sempre se apoiou nas linguagens verbal e escrita. O ensino acontece por meio da fala do professor, escuta dos alunos, leitura e transcrições de textos, perguntas e respostas orais e escritas, havendo pouco espaço para o uso de outras linguagens, que aos poucos vêm sendo incorporadas ao universo escolar.
A presença do vídeo em nossas escolas é visível a partir da década de 1990, com a popularização do formato VHS, iniciada nos anos 80. Relacionado diretamente à TV e ao cinema, o vídeo no ambiente escolar era visto inicialmente como momento de lazer e entretenimento.
De lá para cá, as mudanças tecnológicas foram muito rápidas. Naquele momento, hoje cresce a produção e utilização de vídeos educativos, de caráter informativo, numa concepção tradicional de ensino em que o livro era substituído pelo vídeo e seguido de atividades tradicionais, como provas escritas sobre o conteúdo apresentado no vídeo.
O vídeo promoveu uma ruptura nos processos educacionais pautados apenas nas linguagens verbal e escrita. Ele trouxe para a sala de aula o mundo externo, o cotidiano, as imagens e sons de realidades próximas e distantes, a imaginação e a fantasia. Por meio de imagens, movimento, música, sons diversos, os diversos sentidos são aguçados e a relação dos alunos com os conteúdos abordados se dá de maneira diferenciada. E a escola se coloca diante do grande desafio de como lidar com esta relação.
Nos últimos anos, com a redução de custos de filmadoras e máquinas digitais e a existência de canais de divulgação na internet, houve uma grande proliferação de vídeos.
As possibilidades de trabalho são muitas, em todos os níveis e modalidades de ensino. O fundamental, em todo processo educativo, é o uso intencional dos recursos disponíveis, ou seja, utilizar materiais e recursos de maneira integrada ao planejamento didático, tendo como objetivo a aprendizagem do aluno. Seja em aulas do Ensino Fundamental ou Médio, do Ensino Superior, em cursos presenciais ou a distância, o vídeo pode ser uma ferramenta importante para a aprendizagem, desde que seu uso seja planejado com este fim.
Algumas secretarias de educação já pensaram na importância do vídeo na sala de aula, este é o caso das escolas que contam com TVs com suporte a Pendrive nas salas, que é um equipamento que pode transmitir recursos de áudio e vídeo que são disponibilizados nos formatos compactados, tais como: MP3, MPEG, AVI.
Também cada vez mais presentes nas escolas, são os projetos de produção audiovisual, onde alunos e professores produzem seus próprios vídeos, que podem ser informativos ou artísticos. Eles podem ser a síntese de conteúdos abordados em diversas disciplinas, produto final de algum projeto desenvolvido, ou ainda se constituírem em importantes formas de expressão de vivências, emoções ou opiniões. As informações sobre como produzir os vídeos podem ser encontradas na internet, com inúmeros tutoriais, blogs, exemplos e dicas de como fazê-lo, além de ferramentas de edição.